O vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luis Antônio Boudens, afirmou, nesta quarta-feira (8), que as condições de trabalho na Polícia Federal não é boa. Segundo ele, equipamentos simples como vestimentas e coletes à prova de balas deixam a desejar na qualidade e muitos policiais acabam comprando com o próprio dinheiro esses produtos.
Boudens participou de audiência pública promovida pela comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, que discutiu a situação dos profissionais de segurança pública. Segundo o dirigente, 86% dos policiais federais não estão felizes com a atividade que desempenham.
De acordo com Boudens, nos últimos quatro anos, 20 policiais federais morreram em operação e outros 18 tiraram a própria vida, muito provavelmente por não aguentarem a pressão diária da profissão.
Para Luis Antônio Boudens, a causa de todos esses problemas é a forma como a Polícia Federal é gerida. "A gestão ficou reservada a pessoas que são formadas em direito. Então, se elas não têm especialização numa área de administração ou de gestão pública, é obvio que vão administrar mal o órgão”, criticou. “O policial precisa de um cuidado especial, de um gestor que tenha completo entendimento da função desse profissional", completou.
Apoio psicológico
Profissionais de outras unidades de segurança pública também fizeram suas reivindicações. O representante da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Dovercino Borges Neto, ressaltou que, além de equipamentos de melhor qualidade, falta apoio psicológico aos policiais rodoviários.
Ele acrescentou que as viaturas utilizadas são originais de fábricas, passando apenas por simples ajustes como a mudança de cor e a instalação de rádios.
Políticas públicas
Ciente de que os problemas são comuns a vários órgãos, o presidente da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), espera que o assunto ganhe mais destaque nas próximas discussões da Câmara. “Queremos pautar a segurança pública em sua totalidade e propor uma série de políticas públicas que beneficiem o setor, em todas as esferas”, ressaltou.
Foi destacado ainda durante a audiência pública que, na última terça-feira (7), a presidente Dilma Rousseff sancionou proposta que torna crime hediondo e qualificado o assassinato de policiais civis, militares, rodoviários e federais, além de integrantes das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança Pública e do Sistema Prisional.
Fonte: Agência Câmara