Desde a deflagração da primeira fase da Operação Lava Jato em 2014, a percepção da população no que diz respeito ao combate à corrupção aumentou. Nesse período, segundo levantamento feito pela Confederação Nacional das Indústrias – CNI, a corrupção estava em quinto lugar nas prioridades da população, passando para terceira posição em 2016.
A pesquisa intitulada Retratos da Sociedade Brasileira – Problemas e Prioridades para 2016, divulgada nesta terça-feira, 26, mostra que 65% dos entrevistados indicam a corrupção como um problema extremamente grave. Além disso, lentidão da justiça e impunidade é outro ponto que trouxe insatisfação no ano passado, passando de sexto lugar em 2014, para a quarta posição em 2015.
Para o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luís Antônio Boudens, isso não é coincidência. Com a maior exposição as pessoas têm participado e acompanhado os processos dos casos de corrupção no país. “A população está mais insatisfeita, pois a economia tem sido afetada diretamente. Hoje, com a facilidade ao acesso às informações e a atuação dos agentes federais nas operações, a sociedade cobra uma resposta mais rápida”, enfatiza.
O gerente de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, também acredita que esse nível de insatisfação tem relação direta com a operação. “Com os escândalos, esse é um tema diário. A mídia está noticiando a Lava Jato há quase dois anos e a coisa está se expandindo. A população está percebendo que, de repente, a construção de uma escola passa a ser focada, não no interesse público, mas no interesse de quem a está construindo”, disse.
Prioridades
A pesquisa trouxe também as prioridades para o ano de 2016. Em primeiro lugar aparece a melhora na saúde e, novamente, o combate à corrupção aparece. Em 2014, esse assunto constava na quinta posição, e hoje aparece na terceira. Além disso, os entrevistados apontaram como meta para o Governo a redução dos gastos públicos e o combate às drogas entre as dez ações prioritárias para o ano.
Fonte: Agência Fenapef