Tendo em vista a matéria publicada na revista Veja, em sua edição número 2.468 – ano 49 – número 10, intitulada “OPERAÇÃO ALOPRADA, e replicada em seu site, que, dentre outros fatos, narra um suposto encaminhamento de dossiê ao Ministro da Casa Civil Jaques Wagner, a Federação Nacional dos Policiais Federais, maior entidade representativa dos servidores da Polícia Federal brasileira, vem a público manifestar sua indignação com a forma e o conteúdo do mencionado artigo e reverberar seu incondicional apoio ao Policial Federal Flávio Werneck, antigo Diretor-Adjunto e atual Vice-Presidente da entidade e também Presidente do SINDIPOL/DF, o maior sindicato dos Policiais Federais do Brasil.
Para tanto, de forma inconteste, presta os seguintes esclarecimentos:
1. Os Policiais Federais, através da FENAPEF, vêm negociando com o Governo Federal uma reestruturação de carreira desde o ano de 2010.
2. Com a saída do Ministro Aloizio Mercadante houve uma preocupação com a interrupção ou atraso nas negociações. Ao contrário do que afirma a matéria, a reunião com o Ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, tratou especificamente de demandas da categoria, as quais o Presidente Flávio Werneck faz parte desde o início. Portanto, a agenda cumprida com o Ministro Jaques Wagner no final de novembro de 2015 foi institucional e seguia um curso natural de negociações.
3. Quanto ao material apresentado, tratava-se de conteúdo propositivo (Projeto de Reestruturação), na forma de memorial e de anteprojeto de lei.
4. O fato de não haver registro oficial da reunião não chegou ao conhecimento dos representantes, e nem é da sua alçada o controle de tal fato.
5. A Operação Lava Jato tornou-se um patrimônio do povo brasileiro e a Fenapef e seus sindicatos filiados sempre apoiaram as investigações e os investigadores. Como exemplo dessa postura, no dia 15.12.2015 a FENAPEF foi a Curitiba prestar homenagem aos Policiais Federais que atuam na Operação Lava Jato, em evento promovido na Associação Comercial do Paraná.
(Vide link: http://www.fenapef.org.br/fenapef/noticia/index/46483)
6. O “esquema” apresentado na reportagem nos pareceu um conjunto de informações que são de conhecimento público, estando elas disponíveis na internet, em fontes abertas.
7. O registro de filiação partidária do Policial Federal Flávio Werneck ao PDT é um direito garantido a todo e qualquer cidadão, bem como a inscrição para disputa em pleitos eleitorais. A sua participação no pleito de 2014 foi por escolha dos próprios policiais federais filiados e à época o PDT apoiava o PSB e não o PT. Em 2011, convidado por outro policial federal, passou um ano e quatro meses na Corregedoria da Secretaria de Saúde do Governo Distrital e nesse período liderou a demissão de 80 (oitenta) supostos funcionários fantasmas e outros envolvidos em corrupção.
As consequências negativas trazidas por essa publicação para as nossas representações e diretores serão combatidas com firmeza e não serão medidos esforços para trazer justiça ao caso, seja no âmbito jornalístico, com base na Lei de Imprensa, seja no âmbito administrativo e jurídico, responsabilizando o autor da matéria, com base na legislação cível, penal e processual penal vigente.
Em outro viés, para que o assunto seja esclarecido de forma definitiva, foi protocolado na última quarta feira, 9 de março de 2016, na Polícia Federal, um pedido de investigação para que os fatos sejam apurados com o rigor tradicional da instituição da qual todos temos orgulho em pertencer.
Esperando que as investigações esclareçam todas as dúvidas que possam ter surgido com a publicação da referida matéria, acrescento aqui o nosso desejo de que as infundadas suspeitas sobre a atual representação dos Policiais Federais, mais especificamente sobre o Presidente do SINDIPOLDF e Diretor da FENAPEF Flávio Werneck, não interfiram nas justas reivindicações de nossa categoria.
Qualquer ataque público que atinja um Policial Federal será enfrentado pela FENAPEF na mesma medida da agressão e os danos causados pela repercussão de fatos noticiados, sem a devida ética que deve acompanhar o bom jornalismo, sem o cuidado com a preservação do bom nome das suas representações e da honra e dignidade desse profissional, terão sua restituição buscada através dos meios e instrumentos legais cabíveis.
Luís Antônio Boudens
Presidente
Fonte: Agência Fenapef