Para 90% dos executivos brasileiros, corrupção e suborno são práticas frequentes no ambiente de negócios nacional, segundo a 14ª edição do “Global Fraud Survey”, pesquisa realizada pela Ernst & Young, empresa de serviços de auditoria, impostos, transações corporativas e consultoria.
O resultado coloca o Brasil na posição de país com a maior percepção de corrupção do mundo entres as nações entrevistadas, de acordo com seus executivos. O percentual brasileiro é maior do que a média na América do Sul (74%), mercados emergentes (51%), média global (39%) e mercados desenvolvidos (21%). Na edição anterior do levantamento, em 2014, o Brasil ocupava a 8ª posição do ranking.
Ao todo, a EY ouviu 2.825 executivos de alto escalão, como CFOs, CCOs, chefes das áreas jurídicas, de compliance e de auditoria interna, das maiores companhias de 62 países, incluindo o Brasil, sobre corrupção, improbidade corporativa e comportamento antiético.
Para 70% dos brasileiros, o governo está disposto a processar os envolvidos em casos de corrupção, mas esses esforços não se convertem efetivamente em condenações. O percentual é bastante superior à média global de 47%. O número coloca o Brasil na 6ª posição entre os 29 maiores mercados pesquisados com relação à falta de segurança em obter condenações em casos de corrupção. Tailândia, Portugal Croácia, Taiwan e Eslovênia ocupam as cinco primeiras posições respectivamente.
De acordo com 20% dos participantes brasileiros, o governo está disposto a entrar com os processos e as ações devem terminar em condenações. Apenas 10% dos profissionais afirmaram que o governo não parece disposto a processar indivíduos envolvidos em casos de corrupção.
O Brasil foi o único país em que todos os executivos ouvidos acreditam que processos movidos pelo governo contra os indivíduos ajudam a coibir a prática de fraude, suborno ou corrupção por outros executivos.
Apesar da percepção em larga escala da prática de corrupção no Brasil, apenas 18% dos respondentes afirmaram que atos de improbidade e comportamento antiético são comuns nos segmentos em que atuam – maior que os 11% da média global.
Ajudar a empresa a enfrentar momentos de recessão econômica foi uma justificativa levantada por 14% dos brasileiros para agir de forma antiética, inferior à média global (36%). Alcançar metas financeiras foi uma razão mencionada por 4% dos entrevistados.
Fonte: FENAPEF