A Associação Nacional dos Escrivães de Polícia Federal – ANEPF vem a público repudiar as infelizes palavras do Auxiliar do Deputado Federal Fernando Francischini e Diretor Parlamentar da Associação dos Delegados de Polícia Federal – ADPF, Anderson Gustavo Torres, ao fazer referência de maneira depreciativa ao cargo de Escrivão, em entrevista concedida à Revista Congresso em Foco.
Segundo a revista, as palavras ditas, em tom irônico, pelo já referido diretor foram as seguintes: “E vão botar quem de diretor-geral da PF, o escrivão?”
Necessário se faz esclarecer, em primeiro lugar, que a Polícia Federal é estruturada em carreira única, composta de cinco cargos, todos eles de nível superior.
A formação policial completa e a versatilidade dos atuais detentores do cargo de Escrivão os capacitaria, com toda certeza, para exercer o cargo de Diretor-Geral do DPF e traria muitos avanços à estrutura investigativa e gestora.
Esta associação já está acostumada a lidar com a arrogância e a estratégia utilizada diuturnamente pela representação classista dos Delegados, que consiste em diminuir a importância dos outros cargos da carreira para conseguir destaque.
É muito triste assistir ao desmonte de uma instituição da importância da gloriosa Polícia Federal, promovida pela sanha cega de poder de uma categoria.
Talvez a apropriação do trabalho alheio e a busca incansável pelos holofotes da mídia possam enganar a sociedade e até os meios de comunicação, mas não enganam os policiais federais, os mais de 80% do efetivo da Carreira Policial Federal.
Esses sabem bem que o trabalho depende de todos, que não existe lugar para estrelismo, que a força de uma instituição, ainda mais de natureza policial, está na estreita união de seu contingente.
Infelizmente a Polícia Federal está rachada. Há muito tempo vivendo de muito para poucos e pouco para muitos.
Tão longe do sonho de um FBI brasileiro, a Polícia Federal é hoje uma “República de Delegados”.
E para o apelido não enganar os desavisados, o índice de sucesso das investigações da Polícia Federal gira em torno dos 5%. Nada muito diferente das polícias civis estaduais.
Não é a toa uma palavra ser tão conhecida pela sociedade brasileira: impunidade
A DIRETORIA
Fonte: Agência FENAPEF