Na primeira de uma série de viagens que pretende fazer pelo país para vistoriar obras retomadas no programa Avançar, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, disse nesta sexta-feira, no Rio Grande do Sul, que o governo acredita que conseguirá sensibilizar os parlamentares para aprovar a reforma da Previdência ainda este ano. Mesmo após alterações no texto para torná-lo mais palatável a aliados em um ano pré-eleitoral, no entanto, Moreira não descarta que o Planalto faça mais concessões e afirmou que há diálogo por uma alternativa que não deixe mais o sistema previdenciário da União “meia-sola”.
“A política é dialogo, pressão e concessão são coisas, atitudes, que fazem parte do relacionamento humano. As pessoas vivem assim, ouvindo, fazendo concessões, avançando, melhorando. É exatamente esse esforço que estamos fazendo, por intermédio do dialogo, buscar uma alternativa para o sistema previdenciário da União que não seja meia-sola, que dê o sentido que vai efetivamente melhorar o futuro do país”, declarou o ministro, quando questionado sobre a possibilidade de novas alterações.
Moreira Franco disse que as contas públicas não suportam o sistema que caracteriza a previdência no Brasil e citou como exemplo o Rio de Janeiro, seu reduto eleitoral. “O Rio de Janeiro tem com muita frequência atrasado aposentadorias, pensões, salários, em função de uma pressão intolerável do sistema previdenciário que já não atende à necessidade atual. Por isso a prioridade nossa é essa”, afirmou.
O ministro afirmou também que não é o momento de se trabalhar com a hipótese de adiamento da reforma, já que em 2018, ano eleitoral, parlamentares já ressaltam que será ainda mais difícil aprová-la. “Creio que vamos votar este ano. O esforço que estamos fazendo, toda a nossa mobilização, toda a nossa capacidade de convencimento é no sentido de votar esse ano”, reiterou.
Reforçando a estratégia do governo de dividir a responsabilidade da reforma com o Congresso, Moreira reforçou que a reforma “não é uma questão de governo” e a expectativa de que “os deputados e senadores saberão votar em benefício do país”. “Acreditamos que vamos ter (os 308 votos), porque acreditamos no espírito público do poder Legislativo. A Câmara e o Senado têm votado com muita clareza e firmeza esse conjunto de reformas que estamos fazendo”, completou.
O ministro encerrou a entrevista que concedeu a jornalistas ao ser questionado sobre o imbróglio desta semana, com a possível substituição do tucano Antonio Imbassahy pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS) na Secretaria de Governo. Ao ser indagado se o nome de Marun seguia definido para a pasta, o ministro apenas respondeu: “Segue pra onde?”.